O texto de Emilia Ferreiro fala sobre as fases pelas quais as crianças passam até conseguirem chegar ao nível alfabetizado e os problemas que elas enfrentam no decorrer deste período.
A autora inicia seu texto trazendo à tona a pergunta que orientou o trabalho de Piaget, em quem ela fundamenta suas pesquisas: “Como se passa de um estado de menor conhecimento a um estado de maior conhecimento? Para responder a tal questionamento é necessario que se compreenda “os processos de passagem de um modo de organização conceitual a outro, explicar a construção do conhecimento”.
Emilia Ferreio diz que a criança passa por alguns estágios antes de chegar a representação alfabética da linguagem, além de enfrentar algumas dificuldades. Uma dessas dificuldades diz respeito à compreensão da representação escrita da linguagem. Diferenciar letras e números, letras e letras, números e números, se torna um problema em potencial. A autora diz não haver nenhuma base conceitual clara para estabelecer tal distinção. Sendo assim, a criança produz seu aprendizado através de lógicas criadas internamente.
Outro problema enfrentado diz respeito à “relação entre o todo e as partes que o constituem”. Um dos níveis por que passam as crianças é o nível pré-silábico. Neste nível, a criança não busca correspondência entre som e letra. O que ela leva em consideração na escrita é a quantidade de letras, o tipo de letra que lhe é mais familiar e a diferenciação entre letras. A lógica utilizada aqui é a de que letras iguais não podem escrever palavras diferentes e a da quantidade mínima, onde nenhuma palavra pode ser escrita por menos de duas letras. Essa lógica de coordenação entre o todo e as partes se refere não só na escrita da criança, mas também na compreensão do que é escrito pelo outro.
Assim, a criança vai organizando seu conhecimento de forma lógica. Já que uma letra apenas não pode ser lida, logicamente, uma série de letras iguais também não pode ser lida. Com esta forma de raciocínio, um avanço significativo pode ser considerado, se levarmos em consideração que a criança já consegue compreender que uma sequencia de letras idênticas não podem dizer coisas diferentes.
No nível silábico da alfabetização a criança percebe que a representação escrita das palavras está relacionada ao som que produzem, porém não conseguem representá-las conforme o som que produzem na fala. No nível sílábico-alfabético essa representação fonema/grafema já é levado em consideração. Ora a criança escolhe as letras de forma ortográfica, ora de forma fonética. Ela começa a exigir que cada sílaba seja escrita com uma letra diferente, mesmo que ela utilize as mesmas letras (as que conhece) em ordens diferentes.
Neste nível, a criança compreende o que ela faz, porém não consegue compreender o que os outros fazem, já que não seguem a mesma lógica que ela. Sendo assim, toda informação externa se torna perturbadora, e a criança pode adotar três atitudes diferentes: ignorar a informação; assumi-la como verdade temporariamente ou assimilá-la. Quando a criança consegue assimilar a informação, pode-se dizer que ela está alcançando o nível alfabético, o nível letrado. Mas, ainda assim, a criança não abandona as hipóteses que formulou anteriormente.
Antes mesmo de dominar o processo convencional de leitura, a criança já faz leitura dos diversos textos que a rodeiam. Essa leitura depende do contexto. Logo, a criança deduz o que está escrito a partir do contexto da escrita. A autora denomina o ato da leitura como “um processo de coordenação de informações de procedência diversificada (...), e cujo objetivo final é a obtenção de significado expresso linguisticamente.
Enfim, podemos observar que a lógica, antes associada somente à matemática, também faz parte dos processos de alfabetização pelos quais a criança passa. E, segundo Emilia Ferreiro, “isto é perfeitamente coerente com a teoria piagetiana, já que nela os equemas lógicos aparecem exatamente como os instrumentos de “leitura” e de estruturação da experiência”.
A autora inicia seu texto trazendo à tona a pergunta que orientou o trabalho de Piaget, em quem ela fundamenta suas pesquisas: “Como se passa de um estado de menor conhecimento a um estado de maior conhecimento? Para responder a tal questionamento é necessario que se compreenda “os processos de passagem de um modo de organização conceitual a outro, explicar a construção do conhecimento”.
Emilia Ferreio diz que a criança passa por alguns estágios antes de chegar a representação alfabética da linguagem, além de enfrentar algumas dificuldades. Uma dessas dificuldades diz respeito à compreensão da representação escrita da linguagem. Diferenciar letras e números, letras e letras, números e números, se torna um problema em potencial. A autora diz não haver nenhuma base conceitual clara para estabelecer tal distinção. Sendo assim, a criança produz seu aprendizado através de lógicas criadas internamente.
Outro problema enfrentado diz respeito à “relação entre o todo e as partes que o constituem”. Um dos níveis por que passam as crianças é o nível pré-silábico. Neste nível, a criança não busca correspondência entre som e letra. O que ela leva em consideração na escrita é a quantidade de letras, o tipo de letra que lhe é mais familiar e a diferenciação entre letras. A lógica utilizada aqui é a de que letras iguais não podem escrever palavras diferentes e a da quantidade mínima, onde nenhuma palavra pode ser escrita por menos de duas letras. Essa lógica de coordenação entre o todo e as partes se refere não só na escrita da criança, mas também na compreensão do que é escrito pelo outro.
Assim, a criança vai organizando seu conhecimento de forma lógica. Já que uma letra apenas não pode ser lida, logicamente, uma série de letras iguais também não pode ser lida. Com esta forma de raciocínio, um avanço significativo pode ser considerado, se levarmos em consideração que a criança já consegue compreender que uma sequencia de letras idênticas não podem dizer coisas diferentes.
No nível silábico da alfabetização a criança percebe que a representação escrita das palavras está relacionada ao som que produzem, porém não conseguem representá-las conforme o som que produzem na fala. No nível sílábico-alfabético essa representação fonema/grafema já é levado em consideração. Ora a criança escolhe as letras de forma ortográfica, ora de forma fonética. Ela começa a exigir que cada sílaba seja escrita com uma letra diferente, mesmo que ela utilize as mesmas letras (as que conhece) em ordens diferentes.
Neste nível, a criança compreende o que ela faz, porém não consegue compreender o que os outros fazem, já que não seguem a mesma lógica que ela. Sendo assim, toda informação externa se torna perturbadora, e a criança pode adotar três atitudes diferentes: ignorar a informação; assumi-la como verdade temporariamente ou assimilá-la. Quando a criança consegue assimilar a informação, pode-se dizer que ela está alcançando o nível alfabético, o nível letrado. Mas, ainda assim, a criança não abandona as hipóteses que formulou anteriormente.
Antes mesmo de dominar o processo convencional de leitura, a criança já faz leitura dos diversos textos que a rodeiam. Essa leitura depende do contexto. Logo, a criança deduz o que está escrito a partir do contexto da escrita. A autora denomina o ato da leitura como “um processo de coordenação de informações de procedência diversificada (...), e cujo objetivo final é a obtenção de significado expresso linguisticamente.
Enfim, podemos observar que a lógica, antes associada somente à matemática, também faz parte dos processos de alfabetização pelos quais a criança passa. E, segundo Emilia Ferreiro, “isto é perfeitamente coerente com a teoria piagetiana, já que nela os equemas lógicos aparecem exatamente como os instrumentos de “leitura” e de estruturação da experiência”.
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